quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Meu jardim

Meu jasminscerá
E nascerá, há quem diga, uma luz.
Quem dera eu,
acreditar nessas baboseiras tantas
que me despencam o paladar intacto.

Minha rosascerá
E morrerá, há quem diga, no vão.
Tanto caos nu,
quem me dera saber pelo menos
qual apelo e para onde apelar.

Se cada vez morrer-me alguma flor
eu direi que é mentira das viúvas de sobrado.
Velhas e velhas
sem direito de se opor sob qualquer situação.
Más línguas dirão, bem sei, que em meu jardim não nasce nada,
mas dirão ainda, há de ter, esperança nas vozes que não se calam.

Meu girassolscerá
Do nascer mais esplendoroso.
Quem dera eu,
acreditar nessas baboseiras tantas
que me despejaram sem pudor.

O jardim, no qual planto amor,
há quem notará,
todo o meu trabalho suado na mais perfeita candura.
Como quem sabe a hora de ser flor
E a de partir-se lírio.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Nota número três - sobre tom bege

Estou juntando meus pedaços para não perder os seus, isso é tão claro para mim.
É como chamar no escuro sem ser ouvido, é sobrevivência desesperada.
É clichê falar de amor?

Nota número dois - sobre tom bege

Ah, essa vida preto no branco, que se pede amar.
Essa mesma dose de vinho, que se pede embebedar.
Nada mais triste que uma vida feliz.